Soft Skills: como desenvolver e quais as competências comportamentais mais desejadas
O desempenho de um colaborador não depende apenas de como ele executa suas funções, mas também de suas soft skills, ou seja, de como ele se relaciona com seus colegas, como recebe feedbacks, entre outros.
Nesse texto vamos te explicar esse conceito e listar as competências comportamentais mais buscadas do mercado atualmente.
Antes de continuar, nós temos um Guia completo sobre Gestão por Competências (incluindo as soft skills)! Se quiser complementar a leitura, recomendamos fazer o download do material:
O que são soft skills?
Soft skills são as competências relacionadas à personalidade e aos comportamentos dos colaboradores, que refletem o modo em que eles convivem e executam suas funções. Por isso, também são chamadas de competências comportamentais.
A maneira que um colaborador se relaciona com seus colegas de trabalho e seus superiores depende de características importantes, como empatia, maturidade e humildade. Essas competências fazem parte de uma estrutura chamada CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude):
Perceba que, enquanto as competências comportamentais têm a ver com traços de personalidade, as competências técnicas são relacionadas com a qualificação do colaborador. Elas também são chamadas de:
Hard skills
As hard skills são os conhecimentos e habilidades necessários para que um colaborador execute suas funções corretamente, ou seja, os requisitos do cargo.
Um redator, por exemplo, precisa ter conhecimento da língua portuguesa, familiaridade com Microsoft Word, excelência gramatical, entre outras competências.
Esse tipo de competência foi, por muito tempo, a principal referência do desempenho de um colaborador, o que faz sentido, já que um bom profissional deve saber executar suas funções corretamente, não é? No entanto, as soft skills ocupam um lugar importante no perfil de um profissional. Continue lendo para entender:
Qual a importância das soft skills?
Ainda que as hard skills sejam muito importantes para que os colaboradores preencham as expectativas do cargo que ocupam, só isso não é suficiente.
Imagine o seguinte cenário: um vendedor que sempre bate as metas, sabe usar os softwares da empresa, mas sempre está envolvido em conflitos com seus colegas de trabalho e reage mal a feedbacks negativos.
Perceba que ele possui as competências técnicas necessárias, mas possivelmente ele precisa se desenvolver em trabalho em equipe e provavelmente precisa melhorar suas habilidades de comunicação interpessoal.
Como a maioria das soft skills consiste em habilidades sociais e interpessoais, elas ajudam a criar um clima organizacional mais amigável e familiar aos colaboradores, pois relações sinceras e de confiança podem surgir. Isso unifica o trabalho das equipes e melhora o resultado das entregas.
Agora que você sabe por que deve procurar profissionais com as soft skills certas para cada cargo, é importante conhecer algumas delas! Confira:
As 7 soft skills mais valorizadas no mercado de trabalho atualmente
Quando falamos das soft skills mais valorizadas, é necessário ter em mente que cada empresa, com seu próprio modo de trabalho, pode preferir certas competências comportamentais em detrimento de outras. No entanto, algumas das soft skills que mais se destacam são:
1.Trabalho em equipe
Dentro de uma equipe, é importante que seus membros estejam integrados e trabalhando em harmonia, pois só assim que as entregas feitas serão de qualidade e de acordo com o planejado.
Sem essa integração, pode acontecer conflito de ideias e discussões entre colegas, o que afeta o desempenho de toda a equipe.
Por isso, é necessário que os colaboradores saibam trabalhar em equipe, ou seja, respeitar os colegas, ouvir cada opinião igualmente, se ajudar durante o processo produtivo, entre outros.
Além de aumentar a qualidade das entregas feitas, o trabalho em equipe também incentiva a criação de laços de amizade e confiança dos funcionários.
2. Boa comunicação
Dentro de uma empresa circulam muitas informações importantes, como dados de clientes, requisitos para um produto, prazos e valores, entre outras.
Assim, quando a comunicação não é boa, as chances de haver mal-entendidos e alguma informação ser perdida ou alterada são maiores, o que coloca a qualidade do produto/serviço oferecido em risco.
Por isso, profissionais com uma boa habilidade de comunicação, ou seja, que sabem passar mensagens claras e diretas, são valorizados no mercado de trabalho.
Além disso, diante de um conflito de ideias, é importante saber resolver o problema de forma que todas as partes envolvidas fiquem satisfeitas, o que requer certa habilidade social.
3. Resiliência
Uma pessoa resiliente é aquela que sabe lidar com dificuldades e tem a maturidade psicológica necessária para resolver problemas, se adaptar às mudanças e superar situações de pressão.
Em um ambiente como uma empresa, onde um erro pode causar grandes danos, profissionais resilientes são valorizados.
4. Empatia
Já falamos da importância de superar as dificuldades e ser resiliente, certo?
Outra soft skill importante nesse cenário é a empatia, principalmente em líderes e gestores. Isso porque, se colocando no lugar dos colaboradores, é possível entender seus problemas e ajudá-los a encontrar uma solução.
Ser empático passa a sensação de valorização e cuidado para os funcionários, o que melhora seu engajamento e, consequentemente, o desempenho da empresa.
Exemplo: quando um designer percebe que seu colega está sobrecarregado com demandas de última hora, por exemplo, ele assume algumas tarefas para ajudá-lo a entregar tudo no prazo.
Isso incentiva o trabalho em equipe e fortalece os laços entre seus membros.
5. Liderança
Um líder pode ser tanto um gestor quanto um membro da equipe, pois não é sua posição hierárquica que define liderança, e sim a soma de várias soft skills, como comunicação, trabalho em equipe e empatia.
O bom líder influencia seus colegas de trabalho pelo respeito e competência, ou seja, ele se posiciona – através das suas atitudes, e não poder – como um modelo a ser seguido.
Por ser resultado de uma série de competências comportamentais valiosas, a habilidade de liderança é especialmente procurada pelas empresas.
6. Ética
No mundo ideal, todos os colaboradores de uma empresa são respeitosos com seus colegas e se dedicam às suas funções. Porém, no mundo real, existem funcionários que não carregam o conceito de ética consigo e, desse modo, podem explorar o esforço alheio e a confiança da empresa para benefício próprio. Além disso, ética e moral são conceitos aprendidos durante toda a vida por meio de experiências e exemplos, assim, são mais complicados de mudar.
A ética no trabalho aparece em pequenas ações cotidianas que devem ser monitoradas de perto pelos gestores, como assumir responsabilidade por erros e mal-entendidos, não tomar crédito pelo trabalho alheio, respeitar a decisão de seus superiores, entre outras ações que configuram um bom profissional.
7. Flexibilidade
Muitas coisas podem acontecer no dia a dia de uma empresa. Mudança de líderes, novas atribuições de responsabilidades, crescimento da organização, mudança nos processos, enfim transformações que nem sempre podem ser previstas.
Justamente por conta dessa imprevisibilidade, é de extrema importância que os profissionais saibam se adaptar às mais diferentes circunstâncias.
Assim, conseguirão ser mais produtivos e se destacando por estarem abertos a inovações.
Como desenvolver e incentivar soft skills?
Um erro cometido por muitas empresas é se contentar em procurar novos funcionários com soft skills bem desenvolvidas, ao invés de também investir na evolução de seus colaboradores atuais. Para incentivar o desenvolvimento das competências comportamentais, a empresa pode:
Criar uma cultura do feedback
A cultura do feedback consiste em desconstruir a ideia de que feedbacks servem apenas para corrigir maus comportamentos ou falhas, mas também para celebrar grandes e pequenas conquistas.
Normalmente, quando um colaborador é chamado pelo gestor para conversar, ele se sente nervoso e preocupado, porque espera más notícias. Com uma cultura de feedback, opiniões, dicas e elogios passam a ser naturalizados.
Desse modo, os colaboradores se sentem mais motivados e dispostos a melhorar, além de ficarem mais abertos a sugestões e pedidos de seus gestores em relação ao seu desempenho.
Também ficam mais engajados com a empresa, já que entendem que a empresa se importa com seu crescimento profissional, criando um laço de confiança.
Incentivar o autoconhecimento
Ao desenvolver competências comportamentais, a empresa só pode ajudar até certo ponto.
Isso porque, por serem traços de personalidade, soft skills dependem muito da força de vontade e disposição a melhorar do colaborador em questão.
Exemplo: não adianta apenas dar um feedback explicando que um colaborador não sabe trabalhar em equipe quando ele está convencido de que sabe.
Por isso, os gestores da empresa precisam incentivar o autoconhecimento, ou seja, a reflexão sobre os pontos fortes e fracos do profissional, e o que ele pode fazer para melhorar.
Assim, os colaboradores se tornam mais independentes e proativos, entendendo que não são perfeitos, mas que se estão recebendo feedbacks negativos, alguma coisa pode estar errada. Afinal, humildade também é uma soft skill!
Investir em treinamentos
Ao contrário do que muitos pensam, soft skills podem ser ensinadas.
No entanto, isso deve ser feito de um jeito diferente do que as hard skills.
Enquanto as competências técnicas são desenvolvidas por aulas técnicas e práticas que ensinam o colaborador a executar uma função, os treinamentos comportamentais incentivam o aluno a desenvolver suas soft skills por meio de exemplos do cotidiano e simulações. Alguns desses treinamentos são:
Como você pode perceber, um treinamento é um agente decisivo para desenvolver as competências de um colaborador, sejam elas hard skills ou soft skills!
Para entender melhor a importância de um treinamento e conhecer qual é o melhor método para sua empresa, confira nosso guia sobre como implantar T&D na sua organização!
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Desde 2018 ajudando empresas a transformar T&D com tecnologia na Twygo. Licenciada em Letras, MBA em Marketing pela USP/Esalq e Técnico em TI (Informática) pelo Instituto Federal Catarinense. Especialista em estratégias de produto, inovação e condução de projetos de produto com foco em treinamento e desenvolvimento.