Política de treinamento e desenvolvimento: o que deve conter?
Aplicar um programa de T&D sem nenhum planejamento é como tentar chegar até um lugar andando no escuro sem uma lanterna. Nesse cenário, a política de treinamento e desenvolvimento é a lanterna que indica como a empresa deve agir diante de um evento de treinamento, antes mesmo de começar a planejá-lo.
Sabendo da importância de uma política de T&D, vamos nos aprofundar nesse conceito e te ajudar a entender como criar a sua! Mas antes, para garantir que estamos alinhados, precisamos recapitular o que é treinamento e desenvolvimento. Vamos começar?
O que é treinamento e desenvolvimento?
Treinamento e desenvolvimento é o conjunto de práticas que as empresas adotam para capacitar seus colaboradores a curto e longo prazo. Ou seja, é o processo de capacitar os colaboradores de uma empresa com o intuito de torná-los melhores profissionais e aumentar seu desempenho e, consequentemente, o da empresa.
Esse tipo de prática exige um período de planejamento, para que os resultados obtidos estejam de acordo com as expectativas, ou seja, as competências certas sejam desenvolvidas e os colaboradores absorvam o que foi ensinado. Para isso, é preciso desenvolver uma política de treinamento e desenvolvimento, que funciona como um pré-planejamento, estabelecendo diretrizes.
O que é uma política de treinamento e desenvolvimento?
A política de treinamento e desenvolvimento é um documento contendo as normas e diretrizes que orientam e regulamentam todos os programas de T&D da empresa, para que estejam de acordo com sua visão e necessidade.
Esse documento serve como um manual de instruções dos programas de treinamento, incluindo o que deve ser feito e de que maneira, como quando um treinamento deve ser aplicado, quais pessoas participarão, entre outras definições.
Qual a importância de uma política de treinamento e desenvolvimento?
Uma política de treinamento e desenvolvimento garante que os programas de T&D sejam aplicados de forma padronizada, independentemente da situação da empresa e das particularidades do treinamento em questão.
Por exemplo, cada treinamento exige uma quantidade de recursos para sua aplicação, porém o modo como eles são distribuídos deve ser o mesmo. Além disso, o documento serve como um comparativo no final da aplicação de um treinamento, para verificar se os resultados obtidos correspondem às expectativas registradas.
Um treinamento com definições claras tem chances maiores de gerar bons resultados, já que o foco é bem definido. Por meio da política de T&D, é possível acompanhar todas as etapas da aplicação de um treinamento, o que confere mais controle do resultado aos gestores.
Sendo assim, o objetivo-chave de uma política de treinamento e desenvolvimento é apoiar o desenvolvimento de equipes para que todas as pessoas do time tenham as competências e habilidades necessárias para o sucesso da empresa.
Como criar uma política de treinamento e desenvolvimento [passo a passo]?
Um documento de política de treinamento e desenvolvimento precisa ser claro e objetivo, envolvendo todos os pontos de um treinamento para que não surjam dúvidas.
Como cada empresa possui seu modo de funcionamento e particularidades, não existe um modelo fixo de política de treinamento e desenvolvimento. No entanto, alguns pontos são muito importantes para o esclarecimento dos envolvidos e não podem ser deixados de fora. São eles:
Passo 1: faça o mapeamento das demandas
Inicie a montagem da política de T&D entendendo as necessidades reais de treinamento e desenvolvimento na empresa em que você atua.
Você pode usar ferramentas como o levantamento de necessidades de treinamento para entender quais competências os colaboradores devem ter para que o time atinja os objetivos da empresa.
A partir disso, você vai conseguir entender os gaps de competência para montar programas de T&D estratégicos. Inclusive, se você quiser entender como preencher as lacunas para sua empresa atingir o sucesso, recomendamos que você assista ao nosso webinar gravado sobre o assunto:
Passo 2: defina os objetivos
A parte reservada para os objetivos é essencial para que os treinamentos sejam planejados de acordo com as expectativas da empresa. Aqui, são registrados os objetivos da criação da política de treinamento e desenvolvimento, ou seja, qual a função do documento.
Além disso, devem ser registrados também os objetivos da empresa com a aplicação de treinamentos e as expectativas a serem alcançadas. Isso vai guiar as pessoas responsáveis pela aplicação do treinamento, garantindo que todos os programas T&D se adequem à visão da empresa.
Para entender melhor, vamos imaginar como seria a política de treinamento e desenvolvimento de uma rede de confeitarias. O objetivo com os treinamentos poderia ser atualizar as habilidades dos colaboradores em relação às novidades na área de confeitaria periodicamente. Já o objetivo da política de T&D em si poderia ser conscientizar os responsáveis pelos treinamentos sobre a aplicação de treinamentos.
Passo 3: defina a abrangência do programa e responsabilidades
A política também precisa especificar as pessoas que estão submetidas às normas que regulamentam os treinamentos, ou seja, quem de fato participará dos programas.
Assim, os colaboradores têm clareza sobre como agir durante a aplicação e compreendam suas limitações e permissões, tornando o processo de treinamento mais simples e ágil.
Nessa parte da política também são definidas as responsabilidades de cada colaborador ou setor diante da aplicação de um treinamento.
Quando não há essa transparência, as chances de confusão e desentendimentos são maiores, o que atrasa o progresso do treinamento e afeta o aprendizado dos colaboradores.
Passo 4: escolha o tipo de treinamento
Como existem vários tipos de treinamento, é importante que a política de treinamento e desenvolvimento crie normas para cada tipo. Assim, os responsáveis por sua aplicação não ficam sem saber o que fazer.
Veja, se estivermos falando de um treinamento para adequar o modo de trabalho de um novo funcionário à cultura da equipe, a política de T&D poderia estabelecer que treinamentos de integração devem durar no máximo duas semanas e que o líder da equipe é quem deve providenciá-lo.
Para cada tipo de treinamento devem ser especificados elementos direcionadores, como época de aplicação, duração máxima, número de colaboradores e público-alvo.
Passo 5: defina as trilhas de aprendizagem
Trilhas de aprendizagem são sequências de atividades de capacitação que um colaborador deve realizar para obter um determinado conhecimento. Essa sequência é estabelecida por um gestor e deve conter os requisitos necessários para que o colaborador possa se desenvolver dentro de uma temática específica.
As trilhas de aprendizagem organizam o aprendizado de forma estruturada e personalizada para cada colaborador ou grupo.
É importante conter a trilha na política de treinamento e desenvolvimento para que o programa tenha extrema clareza para os participantes e suas lideranças diretas.
Passo 6: escolha os recursos para o treinamento
A escolha correta dos recursos pode, muitas vezes, ditar o sucesso ou fracasso de um treinamento. E, para fazer boas escolhas, você precisa entender principalmente o perfil dos participantes.
Existem diversas opções de recursos para usar em programas de treinamento e desenvolvimento, como aulas com consultores, workshops, palestras, mentorias, livros físicos ou digitais e até plataformas de treinamento online.
Nossa recomendação é que você reserve um tempo legal para fazer essa escolha, registrando os recursos no documento de políticas de T&D.
Passo 7: defina os indicadores de sucesso
Você já ouviu aquela frase que “o que não pode ser medido, não pode ser melhorado”, certo? Com os treinamentos corporativos é a mesma coisa!
Por isso, defina, junto com a gestão, quais serão os indicadores de resultados. Essa é uma informação bastante importante para aparecer na sua política de treinamento e desenvolvimento. Como dissemos anteriormente, esse documento dá clareza e transparência sobre as iniciativas de capacitação de funcionários.
Passo 8: faça atualizações periódicas
Como mencionamos antes, é necessário atualizar a política de treinamento e desenvolvimento periodicamente, para manter as normas em dia. Alterações podem ser necessárias se o número de confeitarias da franquia mude ou um novo modo de entrega seja aplicado, por exemplo. Nesses casos, a política de treinamento e desenvolvimento antiga teria lacunas que poderiam afetar o resultado dos treinamentos.
Como você pode ver, a criação de uma política de treinamento e desenvolvimento tem grande impacto no desempenho de um programa de T&D. Para garantir que este processo seja eficaz e o seu time de colaboradores tenha uma boa experiência, é preciso focar no planejamento da sua estratégia.
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Desde 2018 ajudando empresas a transformar T&D com tecnologia na Twygo. Licenciada em Letras, MBA em Marketing pela USP/Esalq e Técnico em TI (Informática) pelo Instituto Federal Catarinense. Especialista em estratégias de produto, inovação e condução de projetos de produto com foco em treinamento e desenvolvimento.