Hard skills: desenvolva na sua empresa em apenas 4 passos
Trabalhar no RH de uma empresa por vezes pode trazer muita dor de cabeça. Especialmente quando é preciso contratar um novo colaborador. Afinal, encontrar um candidato que possa ser um perfeito misto de hard skills e de soft skills é uma árdua tarefa.
Essa dor vem especialmente quando é preciso encontrar candidatos para áreas novas no mercado, como TI ou Marketing Digital, por exemplo. O fato é: encontrar profissionais totalmente qualificados nem sempre é fácil.
Felizmente é possível driblar este problema. A solução é simples: manter um programa de obtenção e aperfeiçoamento de hard skills dentro da empresa.
Isso pode trazer uma série de benefícios, por exemplo: manter os colaboradores sempre atualizados, qualificados, além de diminuir a rotatividade da empresa, afinal eles sempre verão uma oportunidade para evoluir dentro da organização. Mas vamos por partes, antes de te mostrar como fazer um treinamento de hard skills, vamos explicar esse conceito e tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto. Confira:
O que são hard skills?
A tradução de Skill é justamente “habilidade”. São habilidades técnicas específicas para a realização de determinado trabalho.
As hard skills podem ser aprendidas em espaço acadêmico, em cursos livres e até na prática, e geralmente são comprovadas através de certificados. Alguns exemplos de hard skills são: habilidades como Photoshop, Illustrator, gramática etc.
Qual a diferença entre hard skills e soft skills?
Hard skills são qualificações técnicas, o conhecimento de um profissional para realizar determinado tipo de trabalho. Elas são o oposto das soft skills, competências comportamentais não específicas de uma determinada área. Estamos falando de habilidades como: inteligência emocional, educação, capacidade de trabalhar sob pressão etc.
Características de hard skill e soft skills
Soft skills são mais difíceis de serem confirmadas, afinal não há um documento para garantir que alguém as possui. Por isso, o bom profissional de RH se atenta ao currículo, onde é possível ler as hard skills do candidato, e ao comportamento dele para “ler” as soft skills dele.
Isso porque o colaborador ideal possui tanto qualificações técnicas quanto comportamentais. Mesmo um engenheiro de software, atividade que demanda bastante de hard skills, também precisa se preocupar com as soft skills. Ele precisa trabalhar em equipe, ser proativo e organizado, não é verdade? Da mesma forma, não há como um profissional de design trabalhar apenas com a criatividade, também é necessário dominar os softwares em que vai trabalhar.
Porém nem sempre vai ser possível achar esses profissionais devidamente capacitados, por isso é tão importante que as empresas busquem cada vez mais capacitar seus profissionais.
O treinamento técnico é uma capacitação realizada com os colaboradores para desenvolver novas habilidades e competências técnicas, com o intuito de aprimorar os conhecimentos e melhorar o desempenho da equipe.
Por que realizar treinamento técnico com os colaboradores?
O profissional ideal não vai ficar esperando para a sua empresa contratá-lo. O melhor mesmo é “construir” um profissional ideal a partir da orientação de um colaborador já contratado. Assim você garante uma equipe de colaboradores treinados, capacitados e motivados. Existem muitas vantagens em estabelecer um programa de treinamento técnico dentro da empresa:
Você adquire uma equipe mais capacitada
Treinar um grupo de colaboradores “na casa” é bom porque, com um programa bem estruturado, é possível ter vários colaboradores altamente capacitados e adequados às necessidades da sua empresa.
Após a pandemia de coronavírus, muitos universitários concluíram e estão concluindo a graduação em modalidade remota, isso prejudica o foco e a aquisição de habilidades práticas. Então capacitar esses estudantes que recém chegaram ao mercado pode ser uma oportunidade de montar uma equipe com competências técnicas adquiridas na própria empresa.
Isso garante que todos estudem e conheçam, não só os conteúdos importantes para realizar um trabalho, mas também para os colaboradores aprenderem a forma como a empresa trabalha.
Permite contratar pessoas com boas habilidades comportamentais
Aprender uma hard skill é mais fácil do que uma soft skill. Pense que você precisa contratar um designer e dentre todos os candidatos, dois se destacaram: o primeiro é bastante criativo, tem ideias inovadoras, mas um nível intermediário de conhecimento de software. O segundo candidato conhece tudo do software, mas não é muito bom em ter ideias próprias.
Quem você contrataria? Capacitar alguém para usar uma ferramenta é mais simples, tem mais garantia de eficácia e pode ser aplicado um método com tempo de início e conclusão bem definidos. Mas isso só pode ser feito caso a empresa tenha um programa de treinamento interno. Do contrário, a empresa tem que contratar o menos criativo e esperar que ele aprenda a ser criativo “na marra”.
Você consegue mais engajamento da equipe
É mais vantajoso contratar profissionais capazes de trabalhar em grupo e bem-organizados e depois capacitá-los através de cursos, do que contratar várias pessoas incapazes de trabalhar em equipe apenas porque têm um maior domínio técnico.
É importante ressaltar que não se trata de ignorar as hard skills no processo de contratação, muito pelo contrário, trata-se de observar quem possui o maior misto entre as hard skills e soft skills necessárias para a área e depois aperfeiçoá-la ainda mais. Isso além de diminuir a concorrência, também diminui a rotatividade de colaboradores e aumenta a confiança na empresa.
Colaboradores mais experientes da empresa podem passar o conhecimento adiante
Aprender com os mais experientes acaba sendo benéfico porque na hora de pôr a mão na massa, os novos colaboradores tendem a cometer menos erros, o que é bom para a empresa. Aprender quais são os erros comumente cometidos pelos novatos diminui o período de adaptação e de inclusão a uma empresa.
Agora que nós te mostramos todos os benefícios de ter um programa de treinamento técnico na empresa, está na hora de ver como isso fica na prática! Pronto? Então mãos à obra!
Como montar um treinamento de hard skills na minha empresa
1. Faça um LNT (Levantamento de Necessidade de Treinamento)
Para começar, é preciso saber quais são as habilidades e competências que estão em falta no mercado, assim é possível estabelecer quais capacitações devem ser elaboradas. Para isso, a gente recomenda analisar o que é encontrado em abundância nos currículos alheios e comparar com o que é esperado de um profissional de determinada vaga, mas é mais difícil de encontrar.
Por exemplo, treinar pessoas em pacote office pode ser desnecessário se na sua empresa saber apenas o básico já está bom para o trabalho do dia a dia, e a maioria dos candidatos possui essa habilidade. Então, veja quais são as necessidades da sua empresa em relação às hard skills e comece a partir daí.
Caso tenha ficado alguma dúvida sobre como conhecer as suas necessidades, nós já fizemos um texto sobre LNT para você ler depois!
2. Faça o planejamento
Depois que você identificou quais as principais necessidades da sua empresa, está na hora de se organizar. O intuito aqui é deixar tudo certinho, para que na hora de realizar o treinamento você possa garantir que todas as lacunas foram preenchidas.
É nessa etapa que você deve definir o formato da capacitação e a duração. Algumas coisas podem ser aprendidas em um dia, outras não. A gente recomenda fazer o treinamento de forma remota. Assim é mais fácil para gravar e disponibilizar para os colaboradores. Da mesma forma, é possível treinar mais pessoas ao mesmo tempo sem gerar tumulto. Uma ferramenta para capacitação EAD pode ajudar nesses casos.
Tenha a certeza de que após o planejamento, todas as necessidades sejam respondidas. Até porque ninguém quer fazer toda essa mobilização para só depois descobrir que foi em vão não é mesmo?
Imagine-se como um novo colaborador, de preferência o mais leigo possível, e procure responder “Eu sairia devidamente capacitado desse treinamento?”. Não esqueça: quanto mais detalhado e revisado for o planejamento, menor a chance de cometer erros.
3. Hora da prática!
Depois que estiver tudo organizado e revisado, é hora de fazer o treinamento de fato. O processo muda de acordo com o formato escolhido, se for um workshop ao vivo, conheça as etapas do que será dito e acompanhe, garanta que todos estão entendendo e que não há dúvidas.
Preocupe-se para que o treinamento seja bem didático, mas que seja prático em determinado ponto, isso ajuda a fixar o que acabou de ser aprendido. Uma dica: se o treinamento durar várias horas, garanta para que a cada 50 minutos haja uma pausa para descontração. Isso facilita que tudo seja compreendido sem ficar muito maçante.
Pode ser feita uma dinâmica para treinamento rápida ou mesmo um papo para interagir sobre séries ou música. É importante cuidar para que a descontração não dure mais de dez minutos. Essa técnica funciona tanto de forma presencial quanto remotamente, mas é preciso lembrar que de forma remota as pessoas tendem a interagir menos e a perder o foco mais rápido.
4. Ouça os participantes
Após o treinamento, garanta um espaço para tirar dúvidas e recolha feedbacks. Eles podem ser recolhidos através de um formulário, pedindo uma nota e uns dois ou três parágrafos explicando a experiência pessoal.
Aqui vai outra dica: não peça nomes ou algo que identifique o colaborador no feedback. É mais fácil conseguir depoimentos honestos se eles forem recolhidos de forma anônima, afinal a gente sabe que todo novo colaborador quer fazer de tudo para agradar, não é verdade?
Lembre-se: não é porque o treinamento acabou que o trabalho já se concluiu. Ouça o que as pessoas têm a dizer. Vá “calibrando” o treinamento para que ele fique cada vez melhor. Para isso, use os indicadores de treinamento, como aproveitamento individual e a taxa de participação.
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Desde 2018 ajudando empresas a transformar T&D com tecnologia na Twygo. Licenciada em Letras, MBA em Marketing pela USP/Esalq e Técnico em TI (Informática) pelo Instituto Federal Catarinense. Especialista em estratégias de produto, inovação e condução de projetos de produto com foco em treinamento e desenvolvimento.