Educação a Distância no Brasil: perspectivas e desafios

Tecnologias e Ensino
Publicado 20/07/2018
Por Gabrielly

A Educação a Distância no Brasil deu um salto a partir de 2020, durante a pandemia. Segundo o Censo da Educação Superior do Inep, houve um aumento de mais de 400% no número de estudantes de graduação no modelo EAD. Isso mostra a importância desse modelo de aprendizagem, que vem ganhando cada vez mais adeptos, não só no mundo acadêmico, mas também no corporativo.

E já que o assunto é tão relevante nesse momento, é essencial que você esteja antenado e pronto para se adaptar às mudanças que decorrem desse “novo” jeito de aprender.

Acompanhe o nosso texto e conheça os principais desafios e perspectivas para o futuro da Educação a Distância no Brasil:

Principais características da educação a distância

A educação a distância não é um modelo novo, desde o século XVIII já existiam cursos por correspondência, por exemplo. Mas a internet potencializou o estudo a distância, com a possibilidade de acessar diversos conteúdos e fazer diversos cursos não presenciais, de forma mais rápida.

A educação a distância é marcada por:

  • Flexibilidade: você pode estudar no horário que achar melhor, de qualquer lugar sem complicações
  • Autonomia: Você dita o ritmo do seu aprendizado e escolhe como vai se organizar nos estudos.
  • Economia: É mais barato consumir um curso a distância do que um presencial, fora todos os outros custos como transporte, alimentação etc.
  • Comodidade: Estudar se torna mais confortável pois você pode assistir aulas do conforto da sua casa, e do jeito que for mais fácil para você.

Cenário da educação a distância no Brasil

Segundo o Censo da Educação Superior do Inep, na edição de 2020, houve um aumento de 428,2% no número de estudantes de graduação no modelo EAD. Confira:

No ano de 2010, o percentual de estudantes de graduação a distância era de 17,4%, já em 2020, esse número passou para 53,4%.

Segundo o Inep, o número de ingressos na graduação presencial diminuiu em 13,9%.

Só com esse dado, já vemos que as pessoas começaram a aderir bastante à educação a distância na última década, e que em contrapartida o modelo presencial vem perdendo adeptos. Ao menos na cabeça dos estudantes de graduação.

Como a pandemia afetou a educação a distância

A pandemia colocou o mundo em isolamento social em diversos momentos, e junto com isso veio a incerteza de quando seria possível voltar às atividades presenciais, principalmente para os trabalhadores e estudantes.

Nesse sentido, a solução mais óbvia foi migrar as atividades quase que totalmente para o ambiente online, e ir se adaptando conforme o contexto.

Isso fortaleceu a educação a distância, e as pessoas tiveram a oportunidade de ver que esse modelo de estudos também é viável em várias situações.

Segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) em novembro de 2021, 67% dos estudantes planejavam iniciar sua graduação no modelo EAD, contra 46% no final de 2020.

Ou seja, a pandemia já mostrou transformações significativas na área da educação, e a tendência é que o ensino a distância tenha cada vez mais adeptos.

Agora, apesar do cenário promissor, precisamos levar em consideração que temos desafios para adaptar a educação a distância no Brasil, vamos a alguns deles:

Desafios da educação a distância no Brasil

Internet e aparelhos de qualidade

O primeiro desafio em termos de educação a distância no Brasil é a falta de internet e aparelhos tecnológicos de qualidade para estudantes e professores.

É preciso uma conexão de internet estável, veloz e que suporte upload de conteúdos e transmissões ao vivo e interações com os professores e colegas pelo ambiente virtual.

Além disso, para se ter um ensino remoto de qualidade o aluno precisa ter um notebook ou celular no qual possa realizar as atividades e exercícios propostos na aula, bem como leituras e pesquisas.

E no Brasil, muitos não tem acesso à internet, ou se tem, dependem de dados móveis, que também não ajudam muito. Além do mais, os aparelhos eletrônicos, como celulares, smartphones, computadores e notebooks são caros e muitas vezes inacessíveis para quem deseja estudar a distância.

Poucas pesquisas

A modalidade EAD é uma forma de estudar assim como a presencial, mas como é algo mais recente, precisa de mais estudos e pesquisas sobre como é o aprendizado feito pelo ambiente virtual e as melhores formas de ensinar.

A falta de métodos específicos para o ensino a distância dificulta a evolução dos cursos e das instituições de ensino superior, além de sucatear o ensino. Dessa forma, o EAD se torna apenas uma forma mais barata de fazer um curso, e não uma modalidade diferente com seus diversos recursos e vantagens, como deve ser.

Uso estratégico do ambiente digital

Uma das vantagens do EAD é a variedade de recursos online para aumentar o rendimento dos estudantes.

É possível utilizar todo tipo de conteúdo para o aprendizado, como realizar transmissões ao vivo, ler artigos, textos e livros em PDF, assistir videoaulas, utilizar jogos para praticar o aprendizado e muito mais.

No entanto, muitos cursos têm dificuldades para explorar as diversas possibilidades e incluir esses formatos na construção das aulas, o que pode deixar as aulas monótonas e o estudo limitado.

Capacitação dos instrutores

O ensino online tem uma dinâmica própria e diferente da aula presencial. Nesse sentido, é preciso que os professores sejam treinados para trabalhar estrategicamente com o ambiente digital.

Também é preciso que eles desenvolvam habilidades específicas para lidar com os alunos nesse meio.

E por mais que o EAD esteja em crescimento há anos, a dinâmica ainda é relativamente nova e precisa de inovações e investimento.

Compromisso dos alunos

A educação a distância exige que o aluno tenha disciplina e autonomia para estudar, e isso por si só pode ser uma desvantagem para muitas pessoas.

É preciso criar estratégias para garantir concentração e rendimento nos cursos EAD, o que ainda precisa ser desenvolvido.

O cenário do EAD no Brasil é de crescimento e evolução, mas ainda com muitas questões que precisam ser melhoradas e resolvidas para podermos avançar mais rapidamente.

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5 perspectivas para o futuro da Educação a Distância no Brasil

Em contrapartida, o mundo apresenta muitas tendências do ensino a distância, que podemos tomar como modelo para as futuras ações dos cursos online e treinamentos corporativos remotos. Confira:

1. Adoção de metodologias ativas

As metodologias ativas têm o objetivo de promover a autonomia nos alunos para que eles gerenciem seu próprio processo de aprendizagem.

Isso é muito importante para dar voz ao estudante, fazendo com que ele participe ativamente da sua trajetória para obter conhecimento.

Por isso a tendência é que essa abordagem seja adotada cada vez mais.

Um exemplo de como isso pode acontecer: o professor disponibiliza um conteúdo online e o aluno deve tomar a iniciativa de discutir sobre o conteúdo.

2. Alternativas para diminuir a taxa de evasão

De acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (EAD), a taxa de evasão do ensino a distância no Brasil ainda é preocupante.

As próximas estratégias do EAD devem concentrar-se em diminuir esse índice.

Mas como fazer isso?

As apostas estão em ofertar um ensino mais personalizado ao aluno, para que ele se sinta à vontade para solucionar suas dúvidas.

3. Mais espaço para discussões

Para muitas pessoas a grande diferença entre o ensino presencial e o EAD é a falta de espaço para discussões no ensino a distância.

Os provedores de aprendizagem e instituições de ensino têm percebido isso e estão buscando maneiras para contornar esse problema.

Espera-se que futuramente mais alternativas sejam potencializadas para driblar isso, como fóruns para discussão, por exemplo.

4. Cursos híbridos

A modalidade de ensino híbrido, também chamada de b-learning (ou blended learning), tem ganhado cada vez mais espaço porque ainda existe muito receio em investir em práticas 100% a distância e preferem a alternativa dos cursos híbridos, que mesclam algumas práticas presenciais.

5. Aumento da oferta de cursos livres

Cursos livres dividem-se entre cursos online oferecidos por provedores de aprendizagem ou cursos corporativos, oferecidos por organizações preocupadas na formação de seus colaboradores, por meio de universidades corporativas EAD.

Essa oferta tende a aumentar como consequência de um mercado que exige que os profissionais se mantenham atualizados.

Como a tecnologia é uma aliada na educação a distância?

A internet oferece muitas ferramentas para dar apoio aos cursos a distância:

  • Bibliotecas virtuais
  • Jogos
  • Blogs
  • Palestras
  • Vídeos e filmes
  • Artigos em PDF
  • Softwares
  • Materiais para download

Tudo isso pode e deve ser usado para complementar o estudo do aluno remoto. Esses conteúdos expandem a experiência e o aprendizado dos alunos, além de fornecerem autonomia para o aluno construir seu conhecimento além das falas do professor.

A maioria dos cursos também adota uma Plataforma EAD para fazer o gerenciamento de todas as atividades que citamos acima, como fóruns de discussão e espaço para disponibilizar conteúdos.

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