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Andragogia: o que é, princípios, objetivos e como aplicar

Treinamento e Desenvolvimento (T&D)
Publicado 08/10/2024
Por Gabrielly

Já imaginou investir em um treinamento corporativo e não ter resultados com ele? Uma das causas desse problema é a aplicação de uma metodologia de ensino ineficaz para o púbico alvo. Diferente da Pedagogia, que consiste no ensino de crianças, a Andragogia é a educação voltada para adultos.

Essa metodologia é aplicada tanto no meio acadêmico quanto em empresas para a realização de capacitações e treinamentos corporativos.

Também é conhecida como educação continuada, pois acompanha o adulto ao longo da sua vida acadêmica, pessoal e profissional.

O que é Andragogia?

Andragogia é a arte e a ciência de ajudar adultos a aprender. Ela reconhece que adultos têm características, necessidades e motivações específicas quando se trata de aprendizagem.

Os princípios da Andragogia incluem a valorização da experiência prévia dos aprendizes, o reconhecimento de que adultos são autônomos e autodirigidos, e a ênfase em uma aprendizagem prática e aplicável.

A Andragogia sugere que o aprendizado para adultos deve ser relevante para suas vidas, centrado em problemas e imediatamente útil para suas necessidades profissionais ou pessoais. Isso torna a abordagem ideal para ambientes corporativos e contextos de desenvolvimento profissional, onde o foco é na aplicação prática do conhecimento.

Diferença entre Pedagogia e Andragogia

A Pedagogia é o método mais conhecido e tradicional de ensino, voltado principalmente para o público infantil. Nesse contexto, a figura do professor é central e exerce uma autoridade marcante em sala de aula. Ele é o responsável por definir os objetivos de aprendizagem, escolher os conteúdos que serão abordados e planejar todas as aulas.

Essa relação se dá de maneira hierárquica e bastante verticalizada, onde o professor detém o conhecimento e direciona o aprendizado dos alunos, que ainda não possuem autonomia suficiente para decidir o que vão estudar.

Um exemplo claro desse modelo está na disposição das salas de aula, com as carteiras organizadas de forma que todos os alunos fiquem de frente para o professor. A mesa do educador normalmente fica à frente, destacando a sua posição como alguém que conduz a turma.

Como as crianças ainda estão desenvolvendo o senso crítico, elas tendem a aceitar o que o professor ensina como verdade absoluta, e a abordagem é mais formal. O professor assume uma postura mais ativa, compartilhando seu repertório e promovendo interações pontuais entre os alunos para garantir que todos acompanhem o conteúdo de forma homogênea.

Enquanto a Pedagogia foca na educação de crianças, a Andragogia é voltada para a educação de adultos.

Aqui, a dinâmica muda: o facilitador entra em cena e toma o lugar do professor, exercendo um papel muito mais colaborativo e menos hierárquico. A figura do facilitador não é de alguém que possui todas as respostas, mas de alguém que promove a construção do conhecimento de forma conjunta, facilitando o diálogo e incentivando a troca de experiências entre os participantes.

Nesse contexto, os adultos são vistos como aprendizes (e não mais como alunos), pois eles trazem uma bagagem de experiências anteriores que deve ser considerada e valorizada durante o processo de aprendizado.

O ambiente, seja ele presencial ou online, é mais informal e colaborativo, onde todos os participantes têm voz e podem contribuir para a construção do conhecimento. Essa abordagem torna o aprendizado mais dinâmico e focado em resolver problemas práticos, o que é essencial para o público adulto, que busca aplicar o que aprende diretamente em sua vida profissional ou pessoal.

Outro ponto importante é a autonomia do aprendiz na Andragogia. Aqui, ele participa ativamente do planejamento de seu aprendizado, ajudando a definir os conteúdos e métodos que serão utilizados, sempre com foco em resolver problemas reais que ele enfrenta no dia a dia.

Essa personalização faz com que o aprendizado seja mais significativo e tenha maior impacto prático, pois ninguém quer perder tempo com conteúdos que não agregam valor ou que não podem ser aplicados de forma prática.

Para que serve a Andragogia?

A Andragogia tem como principal objetivo proporcionar o crescimento do aprendiz. Para isso, a Andragogia auxilia a desenvolver:

  • Crescimento individual: por ter foco no aprendiz, a Andragogia permite que ele desenvolva autonomia e adquira autoconhecimento. Dessa forma, ele consegue atingir suas metas pessoais.
  • Crescimento institucional: tem a função de aperfeiçoar a corporação através do treinamento dos colaboradores. Afinal, a andragogia os torna mais preparados para realizar suas tarefas e, consequentemente, é benéfica para o crescimento da empresa.
  • Crescimento social: o objetivo da educação para adultos é ajudá-los a colocar seu conhecimento em prática. Aos poucos, isso gera uma transformação na dinâmica e nos processos da sociedade.

Todos esses objetivos podem ser plenamente alcançados através da Andragogia, que se baseia em 6 princípios. Veja a seguir:

Conheça os 6 princípios da Andragogia

Princípios da Andragogia - Malcom Knowles

O educador norte-americano Malcom Knowles é considerado o pai da Andragogia. No livro “Aprendizagem de Resultados”, Knowles define os 6 princípios da Andragogia, que veremos abaixo.

1. Necessidade de saber

Antes de começarem a estudar algo, os adultos precisam saber por que estão aprendendo e como ocorrerá o processo de aprendizado para se sentirem motivados.

Portanto, o instrutor deve conscientizar os colaboradores acerca da importância daquela temática e apresentar quais serão as etapas do plano de treinamento.

2. Autoconceito do aprendiz

 Antes de começarem a estudar algo, os adultos precisam saber por que estão aprendendo e como ocorrerá o processo de aprendizado para se sentirem motivados.

Portanto, o instrutor deve conscientizar os colaboradores acerca da importância daquela temática e apresentar quais serão as etapas do plano de treinamento.

3. Experiências anteriores

A maioria dos indivíduos adultos possui uma bagagem de conhecimento pessoal e profissional, que adquiriram ao longo da vida. Esse aspecto pode ser aproveitado na aprendizagem de novos conhecimentos.

Ao fazer um levantamento das necessidades de treinamento, o gestor pode descobrir o que os colaboradores já sabem, otimizar esses conhecimentos e adicionar novos conceitos a partir deles.

4. Prontidão para a aprendizagem

Os adultos se sentem preparados para iniciar um aprendizado quando conhecem bem a função que desempenham e entendem que podem alcançar novos estágios através do estudo.

Por exemplo: um assistente não estará preparado para um treinamento para ser supervisor sem antes dominar o trabalho que vai supervisionar.

5. Orientação para a aprendizagem

O uso de exemplos práticos é essencial para manter o público adulto engajado em um treinamento.

Isso ocorre porque os adultos precisam enxergar qual é a utilidade das novas informações que recebem no seu trabalho diário, para que assim se sintam dispostos a aprender.

6. Motivação para aprender

Existem dois tipos de motivação para a aprendizagem:

  • Motivação intrínseca: ocorre por desejos particulares do colaborador, como ter mais qualidade de vida e maior satisfação no trabalho;
  • Motivação extrínseca: ocorre por desejos externos, como ser promovido e ter um salário mais alto.

Segundo Knowles, a educação para adultos deve satisfazer essas necessidades internas e externas para que se torne interessante para os aprendizes

Como aplicar a Andragogia nos treinamentos da sua empresa?

Se você quer que seus treinamentos e capacitações sejam eficientes, é fundamental aplicar os princípios da Andragogia no processo. Veja como:

1. Monte uma matriz de competências

Só é possível valorizar as experiências anteriores dos colaboradores quando elas são identificadas.

A matriz de competências é uma ferramenta que compara as habilidades necessárias para determinado cargo com as habilidades que os membros da equipe já possuem.

Dessa forma, é possível identificar qual é o nível de conhecimento do colaborador (como “básico” ou “expert”) e fazer um treinamento pensado para ele.

Veja um modelo de matriz:

exemplo de uma matriz de competências

Além disso, ao solicitar que os próprios colaboradores preencham a matriz é uma forma de fazer com que se sintam construtores do processo de treinamento, o que também faz parte da Andragogia.

2. Apresente um planejamento de treinamento

De acordo com o primeiro princípio da Andragogia, os adultos têm necessidade de saber como o processo de aprendizado vai ocorrer.

Por isso, é preciso fazer um planejamento para responder as seguintes perguntas:

  • Quanto tempo vai durar o treinamento?
  • Será presencial, online ou híbrido?
  • Quem irá instruir os colaboradores?
  • Quais os materiais e como serão organizados?
  • Qual objetivo é esperado que os colaboradores atinjam com o treinamento?

Ao terem acesso a essas informações, os colaboradores vão se sentir mais motivados a participar do treinamento.

Se você precisar de ajuda nessa etapa, sugerimos o download gratuito do nosso modelo editável de planejamento de treinamento, basta clicar na imagem abaixo:

Planejamento de treinamento canvas

3. Produza conteúdos diversos

Segundo Malcolm Knowles, os teóricos da educação acreditam que a riqueza de recursos é vital para a aprendizagem.

Por isso, é importante oferecer conteúdo em diferentes formatos, como:

  • Vídeos;
  • Podcasts;
  • Mapas mentais;
  • Games.

Lembre-se: para que essa prática esteja de acordo com a Andragogia, esses materiais não devem ser entregues aos colaboradores de forma unilateral.

Deve haver diálogos e momentos de interação relacionados ao conteúdo, o que pode ser feito através de desafios em equipes ou rodas de estudo.

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Dica extra: crie uma universidade corporativa

Para organizar os conteúdos dos treinamentos e garantir que sejam acessíveis a todos os colaboradores, a criação de uma universidade corporativa é a melhor opção.

Através das universidades corporativas, é possível aplicar a Andragogia de forma eficiente, pois muitas delas permitem:

  • Criação de comunidades para que os colaboradores interajam entre si;
  • Gamificação para um aprendizado com exemplos práticos;
  • Avaliações de compreensão do conteúdo e questionários;
  • Monitoramento dos instrutores;
  • Entre muitas outras vantagens.

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